Em resposta às taxas impostas pelos EUA sobre o aço e o alumínio, a União Europeia (UE) anunciou, nesta quarta-feira, que vai adotar medidas de retaliação.
A partir de 1º de abril, a UE voltará a aplicar tarifas sobre produtos americanos como calças jeans, as motos Harley-Davidson e o uísque Bourbon.
Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, as novas tarifas terão um impacto equivalente a 26 bilhões de euros, uma resposta proporcional aos 28 bilhões de dólares em tarifas estabelecidas pelos EUA.
"Mantemos nossa postura de abertura ao diálogo. No cenário global atual, com tantas incertezas econômicas e geopolíticas, não é do interesse de ninguém impor mais barreiras comerciais", afirmou von der Leyen em comunicado oficial.
Bruxelas repetirá uma estratégia já usada antes, restabelecendo tarifas sobre produtos dos EUA que já haviam sido alvos de medidas semelhantes durante o governo Trump.
Essas taxas foram suspensas durante o governo de Joe Biden, mas agora serão retomadas, afetando inicialmente bens no valor de 4,5 bilhões de euros.
Além disso, a partir da segunda quinzena de abril, a União Europeia ampliará as tarifas para outros produtos dos Estados Unidos, totalizando 18 bilhões de euros. Essa nova rodada de sanções comerciais incluirá itens dos setores de aço, agricultura e alimentação, como carne bovina e de frango, frutos do mar e castanhas.
No entanto, a implementação dessas tarifas dependerá da aprovação dos países membros do bloco europeu, além de consultas ao setor industrial europeu para minimizar possíveis impactos econômicos.
As tarifas americanas de 25% sobre aço e alumínio, decretadas pelo ex-presidente Donald Trump, passaram a valer a partir da meia-noite desta quarta-feira (04h01 no horário de Lisboa), marcando mais um capítulo da disputa comercial entre os EUA e seus principais parceiros.
Além da União Europeia, países como Canadá, China, Japão e Austrália também foram afetados pela medida, que, segundo Trump, tem como objetivo fortalecer a indústria de aço dos EUA, cujo desempenho tem sido prejudicado pela concorrência global, especialmente da Ásia.
Atualmente, os Estados Unidos dependem da importação de aproximadamente metade do aço e do alumínio utilizados internamente, insumos essenciais para setores como o automotivo, aeroespacial, petroquímico e até para a produção de embalagens metálicas.
Conforme análise do pesquisador Clarke Packard, do think tank Cato Institute, os maiores consumidores de aço nos EUA são a indústria automotiva e a construção civil, incluindo prédios comerciais e residenciais.
Durante seu governo, Trump usou tarifas como ferramenta estratégica para renegociar acordos comerciais, incentivar a produção dentro dos EUA e aumentar a arrecadação federal.